
Conta o boato mais recente da Fórmula 1 que a Toyota pode deixar a categoria ao final da próxima temporada, caso não consiga obter um rendimento minimamente razoável.
Sinceramente? Já vai tarde. A Toyota está na Fórmula 1 desde 2002, gastou dinheiro a rodo, nunca apresentou resultados consistentes e virou um verdadeiro sumidouro de pilotos. Como citado na edição passada da Rádio GP, a equipe encaminhou o fim de carreira de todos que por lá passaram, sem exceção. Mika Salo, Alan McNish, Olivier Panis, Cristiano da Matta, Ricardo Zonta, Ralf Schumacher… e, muito provavelmente, Jarno Trulli. O italiano, quando sair de lá, também não deve mais encontrar para onde ir.
Um fenômeno como este não ocorre por acaso. É lógico que muitos destes pilotos já estavam na descendente quando foram contratados, mas isso só explicita um dos inúmeros erros de gestão que fizeram da Toyota isso que todos vêem: uma equipe cheia de dinheiro, com técnicos e pilotos fracos, com resultados pífios e carisma zero. Não vai deixar saudades.
A Ford também cometeu erros em cima de erros com a Jaguar e terminou por abandonar o barco depois de cinco temporadas constrangedoras. Os japoneses têm insistido um pouco mais, mas o caminho deve ser o mesmo. A opção de ficar apenas como fornecedora de motores para a Williams parece a mais racional e vai muito ao encontro do que acredito como um cenário ideal para a Fórmula 1. Montadoras deveriam estar na categoria apenas neste papel, deixando gestão esportiva e a construção dos protótipos para os garagistas. Em parcerias como esta, a categoria sempre saiu ganhando. Quando as gigantes assumem o controle de tudo, o negócio passa a imperar o esporte só perde.
Radical? Utópico? Anacrônico? Pode ser. Mas uma F1 gerida por quem tem automobilismo no sangue, como Frank Williams, Ron Dennis e Eddie Jordan seria muito mais interessante para os fãs, que compartilham da mesma paixão. Quem ama apenas os números não faz um bom espetáculo. E a F1 dos últimos anos só comprova a tese.
Comentários do Facebook
Galeria: 13 de outubro no automobilismo Próximo post:
Galeria: 14 de outubro no automobilismo
tb não acho que saiam assim. os tempos hoje são outros e japones tem por característica ser persistente.
entretanto, concordo com as observações… cemitério de pilotos, carisma zero, etc.
utopiacamente, a toyota faria pra ela e à própria F1 caso decidisse unir-se à Williams, a semelhança da McLaren Mercedes. abraços.
A Toyota podia comprar algumas ações do Tio Frank e se associar com ele…seria a Williams-Toyota.
Ficaria a montadora fornecendo suporte, motores e dinheiro e o time desenvolvendo o carro e gerindo as suas corridas.
Como segue o exemplo da Sauber-BMW…
Seria a solução mais viável
Abraços
e se ela for vendida na f1 e continuar fornecendo motores?
alguém duvida?
tem opçoes como a jordan,a minardi,a prodrive,a carlin a prost,a arrows a benetton e se bobear até a lotus
mas o trabalho deles no lixo também não consigo imaginar
cassio
Anderson: O Gil deixou a Honda justamente porque viu que não consegue mudar a estrutura interna de gerenciamento. E a parte dele não era construir o carro.
Herik: A Toyota foi pego nos anos 90 com uma admissão de ar nos seus Celicas que não era homologada e foi desclassificada do Mundial de Rali.
Aquela história realmente foi surpreendente. Mas isto não tem a ver com estrutura atual. Desenvolver um carro de rali é uma coisa, o desenvolvimento de F1 é extremamente complicado e exige fabricação de peças em tres turnos.
Carlos,
O que a Toyota fez no mundial de Rally? Não me lembro de qualquer história envolvendo os japoneses. O que aconteceu?
Ah mais uma coisa,oque o Gil de Ferran fez na Honda??????????
Por curiosidade depois que ele assumiu o controle a equipe caiu de produção!!!
Alguem ai duvida que eles sairam pra virar Lexus????
já vai tarde
depois de ser pega com as “carças nas mão” no campeonato mundial de rally agora vai só correr na nascar USA
Com todo o respeito, Capelli, mas não tenho como concordar com o teor em geral.
Vamos às equipes geridas por quem tem automobilismo no sangue:
Frank Williams – equipe indo em marcha ré. Tanto financeiramente como do lado esportivo;
Eddie Jordan – quebrou;
Stoddart – quase quebrou;
Gerhard Berger – cedo pra falar; Aguri Suzuki – Pode ser o próximo a quebrar;
Ron Dennis – o único que se deu bem mesmo.
É evidente que os fatores que levam ao sucesso, além de recursos financeiros, tem a ver com um modelo de gestão com a maior flexibilidade e empenho individual de cada funcionário.
Montadoras que praticam isto com sucesso na F1, como Renault e BMW, não podem ser comparadas com a Toyota e Honda. E o problema destas duas ultimas é o sistema hierárquico machista, tipicamente japonês e que está condenado a falhar. Já trabalhei junto à HRD, o departamento da Honda responsável pela F1.
Não é um CEO em Tóquio que é o que mais entende de F1. E não deveria ser este a dar o rumo da divisão de F1 tomando decisões estratégicas. Mas é o que acontece. Eis porque ambas vivem falhando.
Lauda,que me lembre não tem tantas “decadas” assim,que Minardi,Jordan,Sauber e Willians sairam da F1,abandonando o modelo romântico de competição,como voce diz.Citei apenas 4,inclusive com equipes que levavam ou ainda levam os nomes de seus fundadores.Me pareceu falta de informação de sua parte esse comentário.Não acho também que uma pessoa que acompanha o esporte há 3 décadas,deva simplesmente deixar de acompanha-lo apenas por esse motivo.Em 30 anos o esporte mudou tanto,as vezes me agradando e outras não,nem por isso deixei de aprecia-lo.Acho que seria mais apropriado que os mais velhos e os mais jovens como voce trocassem idéias e vibrassem com automobilismo da mesma forma.E ainda assim acho que as Garagens fazem falta ao automobilismo.
cleber
O método de trabalho japonês, de alguma forma, não condiz com o estilo de uma categoria como a F-1. Toyota e Honda deveriam se limitar a fornecer motores a outras equipes, porque jamais conseguirão engrenar em times próprios. Se a Toyota sair, é bom a Honda fazer o mesmo, para não perder mais dinheiro e não chegar a lugar nenhum.
alto lá da matta e panis não são fracos só que os carros que eles pegaram eram feios e umas porcarias
mas o resto eu até concordo
cassio
Quem tem essa visão de automobilismo não deveria perder tempo acompanhando a F1 que tem décadas (e não anos) que abandonou esse modelo “romântico” de competição. A F1 é um negócio puramente corporativo e não uma competição esportiva. Se tentar ser “romântica” vai falir no mesmo dia. Quem sabe fazer um campeonato a motor de verdade é a MotoGP, mesmo com a redução do grid nos últimos tempos. Cresceu sem se vender às grandes corporações.
Lauda
Voces se lembram da Sauber com Felipe Massa e Nick Heidfeld?
Pois ´´e. Uma equipe mediana com pilotos novos e cheio de gas para mostrar serviço. Resultado: hoje ´´e a terceira força da f1 deixando pra tras Willians. Se essas equipes, honda, toyota e outras buscarem nos jovens talentos que est~~ao saindo da GP2 e outras categorias, podem começar a colher vbons frutos ainda em 2008. Se lembram do Sebastian Vetel?
O Rubinho ehum bom piloto, mas ja deu o que tinha que dar para a F1.
Igualmente a Trulli, Half, Coulthard e outros.
Esta na hora de investir pesado na garotada.
Abraço a todos.
Paulo Henrique
Não é nem a questão de experiencia,mas as garagens realmente vão fazer muita falta na F1.Frank Willians é o ultimo representante dessa estirpe,nem Mclaren pode mais ser considerada como construtora das antigas.A Minardi,apesar de andar no fundo do Grid era representante desse clube.
CLEBER
Entretanto, deve-se sempre lembrar que a Ferrari é controlada por uma montadora, a Fiat.
A Toyota é a equipe mais sem sal da F1. Nada nela é empolgante. Por mim, pouco importa se vai embora ou ficará.
Particularmente, penso que ela não sairá. Dinheiro nunca foi o problema deles e, como os próprios diretores da montadora disseram no início do ano, todo o investimento – ou gasto – feito é compensado pela publicidade para a marca. E nem de patrocinadores secundários essas equipes de montadoras precisam, como a Honda deixou claro esse ano.
Vale lembrar que a Ford saiu em razão de problemas administrativos e financeiros, algo que está contecendo agora com a Renault, empresa esta que deve passar, em breve, por uma reestruturação.
A turma da Toyota têm é que parar de gastar dinheiro errado – como com o pago a Ralf – e investir na parte técnica e em pilotos jovens. E, claro, numa nova estratégia de marketing para ficar livre dessa imagem de consultório de dentista.
A RedBull tem acho que 3 patrocínios. Fora o dá própria REDBULL, que é estampado do bico à asa traseira do carro. Tem um noeminho nos retrovisores, metro no lado e a 7 eleven agora com um negócinho o bico do carro.
ToroRosso nõa sei direito, mas tem redbull de cima a baixo também.
a Honda deixa o uso de imagem do carro pros patrocinadores. Eles existem, só não aparecem no carro.
È como a Ferrari e a marlboro. =)
Agora falando da Toyota, acho que o importante era que eles soubessem administrar a equipe. Buscar novos talentos, contratar gente mais competnete pro projeto do carro, etc.
Mas parece que colocaram o pessoal do Rally ali pra gerir o time…
grande final de texto
realmente se a f1 fosse gerida por esse pessoal realmente experiente a historia era outra
ha’ mt monopolio
abc
Leonardo, quanto a questão dos patrocinios, a Honda não tem nenhum estampado no carro pois resolveu fazer um projeto que mostrava um carro sem nada mesmo para realçar uma causa ambiental, já Red Bull e Toro Rosso acho que é porque eles não precisam mesmo.
E sim, a Honda desse ano também prova isso, embora seja diferente das demais em alguns pontos:
- Na 1ª temporada ela foi uma equipe muito boa (4º no mundial de construtores e uma vitória) e no fim da temporada até melhor que a McLaren.
- Neste ano realmente houve um erro imenso no projeto qraças ao depto. de aerodinamica que não sabia usar o tunel de vento, isso é ridiculo, mas qual equipe nunca cometeu um erro e fez um carro ruim numa temporada.
- Acho que temos que dar um tempo, duas temporadas com resultados melhores que as outras em 5 não dá pra comparar, ainda mais pela diferença de tempo.
Também acho que não vão jogar o trabalho assim do nada fora.
Acho que eles são inteligentes o suficiente para perceber que o erro deles é perfeitamente “corrigível”, basta um pouquinho de vontade.
Basta lembrar 2005, onde mesmo com dois pilotos abaixo da média eles conseguiram bons resultados, faltou pouco para as vitórias.
Quem sabe um pouco de sangue novo não altera isso?
Interessante a análise.
Jaguar, Toyota e Honda (desse ano) só provam que grana e uma montadora forte por trás não é o suficiente pra ter resultados.
Aliás, alguém sabe me explicar porque a Honda, Toro Rosso e Red Bull não tem nenhum patrocinador em seus carros?
Não acho que a Toyota vai jogar todo o trabalho fora. Os japoneses não se transformaram na maior montadora do mundo à toa…
Pode demorar, mas aposto que um dia eles chegam lá.
Grande abraço!
Gustavo Coelho